segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Um final de semana bem à gaúcha

Eu, botafoguense convicto, viajei neste final de semana, a trabalho, para Novo Hamburgo-RS. Um final de semana no Rio Grande do Sul pode parecer algo normal, exceto por um mínimo detalhe: era final de semana de Gre-Nal.

No sábado, trabalhando com o Rally Universitário Fiat, vi competidores exibindo suas paixões, confiantes na vitória de seu time do coração. Os gremistas apostavam 3 a 0, ainda no primeiro tempo. Os colorados apostavam 2 ou 3 a 0 para o Internacional, ou seja, placares bastante otimistas.

Ainda no sábado, fiquei acompanhando por tempo real o jogo do Botafogo contra o Vitória. Cada descrição de ataque do Vitória era um desespero meu. Agonizava a cada "UUUH!" que aparecia escrito. Mas antes que o primeiro tempo acabasse, Marcelo Cordeiro fez de falta o gol que seria o da vitória alvinegra sobre o Vitória rubro-negro. Estava na hora ? Nove jogos sem vencer e oito empates seguidos não é para qualquer um.

Mas voltemos ao Gre-Nal. Até por serem apenas dois pólos (ou você é Grêmio, ou você é Inter), a rivalidade é bem mais acirrada que no Rio de Janeiro. Mas acho que um "quê argentino" faz com que a rivalidade vire quase uma guerra, uma rivalidade maior que a de Minas Gerais por exemplo, onde também só existem dois pólos (Cruzeiro e Atlético). Segundo o cameraman do evento, gaúcho e gremista, lá no Sul, se algum jornal colocar uma manchete com as letras azuis, no dia seguinte é OBRIGADO a colocar uma manchete com as letras vermelhas. Gremista não tem carro vermelho e colorado não tem carro azul.

Antes de sair do hotel e ir para o aeroporto de Porto Alegre (o famoso Salgado Filho), o Grêmio já vencia por 1 a 0, com gol de André Lima. Esse cara do Botafogo não fez nada na segunda passagem, aí no Grêmio resolve jogar. Chegamos ao aeroporto e havia uma pequena loja de chocolates que tinha em sua vitrine uma televisão LCD passando o jogo. Na frente da loja, um TUMULTO INIMAGINÁVEL para assistir ao Gre-Nal. Se atrapalhava a passagem, faziam barulho, não estavam nem aí. O Grêmio, que havia começado bem o segundo tempo, dando pinta de atropelar o Inter, concedeu um pênalti ao rival quando Fábio Rochemback "defendeu" a bola em cima da linha. Alecsandro cobrou e converteu o pênalti empatando "a peleja".

Festa da galera vermelha que via o jogo no aeroporto e de mais uns curiosos que corriam para ver. A festa do Internacional e dos colorados não durou muito tempo. Cinco minutos depois, Fábio Santos invadiu a área e chutou forte para colocar o tricolor gaúcho na frente novamente e fazer a festa dos gremistas no aeroporto.

Quando tudo parecia perdido para o Inter, D'Alessandro empatou e fechou um emocionante Gre-Nal. E ainda tinha colocardo comemorando: "Não ia ter a avalanche gremista? Cadê a avalanche gremista? Não estou vendo!"

Enfim, experiência memorável.

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